Comen

Comen dios, comen barro
Comen piel, comen otra vez
Comen paz, comen rasgos
Comen hijos, comen otra vez

Yo las vi
Aunque no se muestren,
Yo las vi
Juegan al invisible,
Pero están ahí
Bestias omnipotentes
devorando en frenesí
Comiendo mucho más
de lo que pueden digerir

Yo las vi, andan por ahí
Con nuestra sangre en sus manos
Y su cara de yo no fui
Llevándote a prisiones
Donde no podes sentir,
Pa' que cuando te abran la puerta
Tengas miedo de salir

Tan vestidas y educadas
Siempre saben que decir
Logrando que te pierdas
Pa' que las quieras oír
Disfrazan realidad
Con sus promesas fantasmas
Con platicas vacías
Pueden comprar tu calma
O vender tu alma

Prefieren un cuerpo ciego
Al que manejar
Y contentar con caramelos
Las bestias van por ahí,
Tan distintas a mi
Son tan iguales a mi

Comen sed, comen árboles
Comen gas, comen sin parar
Comen dios, comen barro
Comen piel, comen otra vez

Vamos a comer más,
Ya está listo el banquete
El oro en filete
Que el intestino me apriete
Vamos a comer más

Y en su banquete
De soledad podrida
De dignidad corrompida
Nos hablan
Sobre tierras prometidas
Y para llegar hay que sacrificar
Lo bueno en esta vida
Su indiferencia homicida
Su necedad tan sombría

Maquinaria fría
Exige que le creas
Sus botas son la ira
Pisoteando las ideas
Esta justicia muda
Con olor a muerte
Se piensa que el silencio
Es para siempre

No van a correr con esa suerte
Los gritos que apagan
van a retumbar más fuerte
Creando caminos,
Siguiendo latidos

Los llamados bandidos
No seremos comidos
Esa espina no asusta
Los cuerpos curtidos
Y esquivan tarascones
De los dientes del olvido

Comen sed, comen arboles
Comen gas, comen otra vez

Vamos a comer más,
Ya esta listo el banquete
El oro en filete
Que el intestino me apriete

Vamos a comer más...

Comer

Eles comem deus, eles comem lama
Eles comem pele, eles comem de novo
Eles comem paz, comem traços
Eles comem crianças, eles comem de novo

eu os vi
Embora não apareçam,
eu os vi
Eles jogam o invisível,
Mas eles estão lá
Bestas onipotentes
devorando em frenesi
Comendo muito mais
do que eles podem digerir

Eu os vi, eles estão por aí
Com nosso sangue em suas mãos
E o rosto dele não era eu
Te levando para prisões
Onde você não pode sentir
Então, quando eles abrem a porta
Tenha medo de sair

Tão vestido e educado
Eles sempre sabem o que dizer
Fazendo você se perder
Para que você queira ouvi-los
Disfarce a realidade
Com suas promessas de fantasmas
Com conversas vazias
Eles podem comprar sua calma
Ou venda sua alma

Eles preferem um corpo cego
Dirigir
E contente com doces
As feras andam por aí
Tão diferente de mim
Eles são tão iguais a mim

Eles comem sede, comem árvores
Eles comem gases, comem sem parar
Eles comem deus, eles comem lama
Eles comem pele, eles comem de novo

Vamos comer mais
O banquete esta pronto
Filé de ouro
Que o intestino me aperta
Vamos comer mais

E no seu banquete
De podre solidão
De dignidade corrompida
Eles falam conosco
Nas terras prometidas
E para chegar lá você tem que se sacrificar
O bom nesta vida
Sua indiferença homicida
Sua tolice tão sombria

Maquinaria fria
Exige que você acredite
As botas dele são de raiva
Pisando ideias
Esta justiça burra
Cheirando a morte
Pensa-se que o silêncio
É para sempre

Eles não vão correr com essa sorte
Os gritos que desligam
eles vão roncar mais alto
Criando caminhos,
Batidas seguintes

Os chamados bandidos
Não seremos comidos
Aquele espinho não assusta
Os corpos bronzeados
E esquivar saltos
Dos dentes do esquecimento

Eles comem sede, comem árvores
Eles comem gases, eles comem de novo

Vamos comer mais
O banquete esta pronto
Filé de ouro
Que o intestino me aperta

Vamos comer mais ...

Composição: Lisandro Aristimuño