Les Trompettes de la Renommée

Je vivais à l'écart de la place publique
Serein, contemplatif, ténébreux, bucolique
Refusant d'acquitter la rançon de la gloire
Sur mon brin de laurier je dormais comme un loir
Les gens de bon conseil ont su me faire comprendre
Qu'à l'homme de la rue j'avais des comptes à rendre
Et que, sous peine de choir dans un oubli complet
J'devais mettre au grand jour tous mes petits secrets
Trompettes de la Renommée
Vous êtes bien mal embouchées

Manquant à la pudeur la plus élémentaire
Dois-je, pour les besoins d'la cause publicitaire
Divulguer avec qui, et dans quelle position
Je plonge dans le stupre et la fornication?
Si je publie des noms, combien de Pénélopes
Passeront illico pour de fieffées salopes
Combien de bons amis me regarderont de travers
Combien je recevrai de coups de revolver!
Trompettes de la Renommée
Vous êtes bien mal embouchées

À toute exhibition, ma nature est rétive
Souffrant d'une modestie quasiment maladive
Je ne fais voir mes organes procréateurs
À personne, excepté mes femmes et mes docteurs
Dois-je, pour défrayer la chronique des scandales
Battre le tambour avec mes parties génitales
Dois-je les arborer plus ostensiblement
Comme un enfant de chœur porte un saint sacrement?
Trompettes de la Renommée
Vous êtes bien mal embouchées

Une femme du monde, et qui souvent me laisse
Faire mes quatre voluptés dans ses quartiers d'noblesse
M'a sournoisement passé, sur son divan de soie
Des parasites du plus bas étage qui soit
Sous prétexte de bruit, sous couleur de réclame
Ai-je le droit de ternir l'honneur de cette dame
En criant sur les toits, et sur l'air des lampions
Madame la marquise m'a foutu des morpions?
Trompettes de la Renommée
Vous êtes bien mal embouchées

Le ciel en soit loué, je vis en bonne entente
Avec le Père Duval, la calotte chantante
Lui, le catéchumène, et moi, l'énergumène
Il me laisse dire merde, je lui laisse dire amen
En accord avec lui, dois-je écrire dans la presse
Qu'un soir je l'ai surpris aux genoux d'ma maîtresse
Chantant la mélopée d'une voix qui susurre
Tandis qu'elle lui cherchait des poux dans la tonsure?
Trompettes de la Renommée
Vous êtes bien mal embouchées

Avec qui, ventrebleu, faut-il donc que je couche
Pour faire parler un peu la déesse aux cent bouches?
Faut-il qu'une femme célèbre, une étoile, une star
Vienne prendre entre mes bras la place de ma guitare?
Pour exciter le peuple et les folliculaires
Qui'est-c'qui veut me prêter sa croupe populaire
Qui'est-c'qui veut m'laisser faire, in naturalibus
Un p'tit peu d'alpinisme sur son mont de Vénus?
Trompettes de la Renommée
Vous êtes bien mal embouchées

Sonneraient-elles plus fort, ces divines trompettes
Si, comme tout un chacun, j'étais un peu tapette
Si je me déhanchais comme une demoiselle
Et prenais tout à coup des allures de gazelle?
Mais je ne sache pas qu'ça profite à ces drôles
De jouer le jeu d'l'amour en inversant les rôles
Qu'ça confère à leur gloire une once de plus-value
Le crime pédérastique, aujourd'hui, ne paie plus
Trompettes de la Renommée
Vous êtes bien mal embouchées

Après c'tour d'horizon des mille et unes recettes
Qui vous valent à coup sûr les honneurs des gazettes
J'aime mieux m'en tenir à ma première façon
Et me gratter le ventre en chantant des chansons
Si le public en veut, je les sors dare-dare
S'il n'en veut pas je les remets dans ma guitare
Refusant d'acquitter la rançon de la gloire
Sur mon brin de laurier je m'endors comme un loir
Trompettes de la Renommée
Vous êtes bien mal embouchées!

As Trombetas da Fama

Eu vivia à margem da praça pública
Sereno, contemplativo, tenebroso, bucólico
Recusando-me a pagar o preço da glória
No meu raminho de louro, dormia como um bicho-preguiça
Bons conselheiros fizeram com que eu comprendesse
Que devia prestar contas ao homem da rua
E que, correndo o risco de cair num total esquecimento
Devia levar todos os meus segredinhos ao conhecimento público
Trombetas da Fama
Vocês entraram mesmo pelo cano!

Desrespeitando o pudor mais elementar
Será que devo, por imposições de marketing
Divulgar com quem e em qual posição
Mergulho no estupro e na fornicação?
Se publicar nomes, quantas Penélopes
Passarão imediatamente por tremendas putas
Quantos bons amigos me olharão de atravessado
Quantos tiros de revólver vou receber?
Trombetas da Fama
Vocês entraram mesmo pelo cano!

Meu temperamento é contrário a qualquer exibicionismo
Pois sofre de uma modéstia quase doentia
Eu não mostro meus órgãos procriadores
Para ninguém, exceto minhas mulheres e meus médicos
Será que devo, para desenfrear as crônicas sobre escândalos
Bater no tambor com minhas partes genitais?
Devo ostentá-las mais ostensivamente
Feito um coroinha que carrega um santo sacramento?
Trombetas da Fama
Vocês entraram mesmo pelo cano!

Uma mulher da alta-sociedade, que me deixa sempre
Saciar minha volúpia em seus bairros nobres
Sorrateiramente, passou para mim, em seu divã de seda
Parasitas do mais baixo calibre que existe
Com o pretexto de fazer barulho ou reclame
Tenho eu o direito de embaçar a honra dessa senhora
Gritando sobre os telhados, escandindo bem as sílabas
A Senhora Marquesa encheu-me de chatos?
Trombetas da Fama
Vocês entraram mesmo pelo cano!

Louvado seja o céu, mantenho boas relações
Com o Padre Duval, o solidéu cantor
Ele, o catecúmeno, e eu, o energúmeno
Ele deixa-me dizer merda como o deixo dizer amém
Tendo combinado com ele, devo escrever na imprensa
Que o surpreendi, um dia, sentado no colo de minha amante
Cantando melopeias com voz que sussurava
Enquanto ela catava piolhos em sua tonsura?
Trombetas da Fama
Vocês entraram mesmo pelo cano!

Com quem, Deus do céu, é preciso que eu durma
Para fazer a deusa de cem bocas falar um pouco?
Será preciso que uma mulher célebre, uma estrela, uma star
Venha pegar o lugar de meu violão, entre os meus braços?
Para agitar o povo e os foliculares
Quem é que quer-me emprestar sua garupa popular?
Quem é que quer-me deixar praticar, in naturalibus
Um pouco de alpinismo em seu monte de Vênus?
Trombetas da Fama
Vocês entraram mesmo pelo cano!

Soariam mais alto, essas divinas trombetas
Se, como qualquer um, eu fosse um pouco bicha?
Se eu rebolasse como uma senhorita
E fizesse, de repente, trejeitos de gazela?
Mas, que eu saiba, jogar os jogos do amor invertendo os papéis
Não rende nada a esses engraçadinhos
Nem confere à glória deles um pingo de mais-valia
O crime pederástico, hoje em dia, já não compensa
Trombetas da Fama
Vocês entraram mesmo pelo cano!

Depois desse panorama das mil e uma receitas
Que nos valem, sem dúvida, as honras das gazetas
Eu prefiro ater-me à minha primeira maneira
E coçar a barriga ao cantar canções
Se o público as quiser, eu as tiro rapidinho
Se não as quiser, guardo-as de volta no meu violão
Recusando-me a pagar o preço da glória
No meu raminho de louro, eu adormeço como um bicho-preguiça
Trombetas da Fama
Vocês entraram mesmo pelo cano!

Composição: Georges Brassens