Turbulência Verbal do Amor
Nau Etérea
Sinta chegar, compreender o que não se pode ver
Veja nascer, pesar que não se pode esquecer
Esqueça viver, contemplar o que não se pode ter
Tenha haver, conquistar que não se pode verter
Vi os céus e à terra clamar
A dor excede a sede de amar
Como se pode um pássaro sem plumas cantar,
Se os ventos escassos num vácuo lhe tomam o ar!
Tente entender, acovardar que não se pode reter
Retenha conter, chorar que não se pode esconder
Esconda morrer, definhar que não se pode escolher
Escolha viver, amar que não se pode sofrer
Ouço trombeta dos anjos a tocar
Os sons de um sonho que me induzem a lutar
Como se pode uma ferida aplacada sangrar,
Se os ungüentos feminis dos teus braços me rogam a te amar!
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