Flores (part. Titãs)

A Dualidade e Simbolismo em 'Flores' de Marisa Monte e Titãs

A música 'Flores', uma colaboração entre Marisa Monte e a banda Titãs, é uma obra carregada de simbolismo e emoções profundas. A letra utiliza a imagem das flores como um elemento central, mas de uma forma que transcende a beleza usualmente associada a elas, explorando temas de dor e permanência.

No início da música, o eu lírico fala sobre olhar-se no espelho até se cansar, uma metáfora para a introspecção e o confronto com o próprio interior, que muitas vezes pode ser doloroso e exaustivo. O ato de chorar por ter 'despedaçado as flores que estão no canteiro' pode ser interpretado como uma expressão de arrependimento ou tristeza por danos causados, seja a si mesmo ou a outros. As 'flores' aqui podem simbolizar momentos ou relações que foram destruídas.

A repetição da frase 'as flores de plástico não morrem' serve como um poderoso refrão que contrasta com a efemeridade e fragilidade humanas. Enquanto as flores naturais representam a beleza que eventualmente murcha e morre, as flores de plástico, embora artificiais, não passam por esse ciclo, sugerindo uma reflexão sobre o que é autêntico versus o que é eterno. Essa dualidade entre o natural e o artificial provoca uma reflexão sobre a busca humana por permanência em um mundo onde tudo é transitório.