Boiadeiro
Ze do Cedro e João do Pinho
Chapéu quebrado na testa
Bem ao gosto das meninas
Meu traje de boiadeiro
Onde o couro predomina
O meu cavalo de raça
Frente aberta e meia crina
Eu vou tocando a boiada
E cumprindo a minha sina
Boiadeiro sou por gosto
Faço aquilo que me inclina
Montando e jogando laço
Na lida ninguém me ensina
Se vejo a morte por perto
Tenho fé na luz divina
Faço pra que reza forte
Com meu gênio não combina
Boiada vai caminhando
Serra abaixo e serra acima
Formando nuvens de pó
Que se espalha na campina
E quando o gado estoura
E a correr se desatina
Jogo o laço e jogo a vida
Na lida que me fascina
Nasci pra ser boiadeiro
Não pra ser gente grã-fina
Vivo no meio da poeira
Onde o perigo é rotina
Nas patas do meu cavalo
Não tem boi que me domina
A estrada da minha vida
Só Deus sabe aonde termina
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