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exibições de letras 24

Munido de Beretta e caneta
Nossa luta ainda é maior que o luto
Os porcos querem as pérolas, matam por cédulas
Nossas lágrimas pra eles são produto

Fruto do sofrimento que nós conhece bem
Nosso sangue adubou esse chão
Livres não somos, desde os cromossomos
Até o tênis que eu uso cheira a escravidão

Ainda são eles que controlam o estado
Os senhores de engenho, os latifundiários
O gringo imperialista que vê a gente como escravo
Por isso minha existência é um ato revolucionário

Isso é como um jogo de xadrеz
Onde o inimigo é o estado burguês
Só que agora chеgou nossa vez
O dia dos peões esmagarem reis

Queimam museus, fogo na Amazônia
Queima Notre Dame que é pouco pro clero
Demônio sonoro, anti Bolsonaro
Que o império queime e eu componha, sou Nero

Cada soneto tem linhas de socos pra salvar quem tá nas linhas de fogo
Tô pelo meus, fuck the police, foda-se os político, isso não é jogo

Pensa um pouquinho ai e me fala sinceramente
Quando foi a última vez que tu disse algo decente

Cê não mereceu, quem trabalha paga
Essa vidinha, um conto de fardas
Saiba, quem sofreu não tem cabeça fraca
E a tua conta ainda não tá paga

São longos anos de dominação
De lutas e sangue no chão
Pra que chegue um filho da puta
E chame o golpe de revolução

1-9-6-4
Fake Brasil pra burguês safado
O braço do governo tá armado
E de repente no domingo tu termina fuzilado

Tão tentando avisar
Mas precisam ser vistos como igual
Tem uma corda no teu pescoço
E tu chupando o Bozo que nem um halls

Desculpa se eu falar o óbvio
Me chame Leandro Karnal
Mas toda essa culpa acumulada
Veio pra cá com Cabral

Enquanto o sistema pega fogo eu componho
Pois minha composição ajudou a queimá-lo
Imperialista bom pra nós é o que já tá morto
O dia vai chegar, o dia há de chegar

O lado sul do mapa reveste-se de sonhos
É os mano do meu bairro contra os boy de Chicago
Mal sabiam que junto dos meus manos componho
O dia vai chegar, o dia há de chegar

Da periferia do mundo onde super exploram
A força do trabalho preto
Onde a cada passo que nós dá
A revolta se torna o centro

O coração do império pulsa
O sangue que escorre é negro
Foda-se vocês e o seu lucro
Privatiza meu dedo do meio

Cada letra escrita entre a labuta
Pra nós é como a tomada de Havana
Não planejar e agir por instinto
É um dos pecados da guerrilha urbana

Mais três guerreiro anticolonial
Mostrando qual a força de ser nós por nós
Sem dó menor, os condenados da terra
Vão tombar burguês, efeito dominó

Deixa queimar enquanto nós compõe
Porque o capitalismo nunca vai ter cura
Hoje minha vida de artista operário
É uma longa história de amor e fúria

Enquanto o sistema pega fogo eu componho
Pois minha composição ajudou a queimá-lo
Imperialista bom pra nós é o que já tá morto
O dia vai chegar, o dia há de chegar

O lado sul do mapa reveste-se de sonhos
É os mano do meu bairro contra os boy de Chicago
Mal sabiam que junto dos meus manos componho
O dia vai chegar, o dia há de chegar

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