Tao

O Tao que ouvi dizer
Não é o eterno Tao
O nome que se lê
Não é o eterno ser, mas

Um afã me vem
Um calor me dá
Quando o nome, eu sei
Já não posso me calar

No arco do olho entre os cílios do sol, pavão
Na curva do rio que é turvo do céu pagão
Na linha dos ombros, a sombra, as dobras da mão, os vãos
Se foi tudo amor é amor o nome então

Source of a thousand things
The Tao is an empty cup
Poured and never filled
Hidden deep and yet above

Before the gods could dance
And now before my eyes
The Tao must be a glance
Of the sweetness in her smile

In the arch of the eye
In the face of the storm above
In the curve of a ridge where a bridge once was born
And burned in the line of her lips, her hips
Her hands made of clay, her play
If all was once love
Then love is the name

Tao

O Tao que ouvi dizer
Não é o eterno Tao
O nome que se lê
Não é o eterno ser, mas

Uma fome vem
Um calor me dá
Quando o nome, eu sei
Já não posso me calar

No arco do olho entre os cílios do sol, pavão
Na curva do rio que é tudo céu pagão
Na linha dos ombros, as sombras, as dobras da mão, os vãos
Se foi, todo amor é amor, o nome tão

Fonte de milhares de coisas
O Tao é um copo vazio
Derramado e nunca preenchido
Escondido nas profundezas e ainda acima

Antes que os Deuses pudessem dançar
E agora diante dos meus olhos
O Tao deve ser um relance
Da doçura no sorriso dela

No arco do olho
No olho do furacão que vêm
Na curva de uma serra onde uma vez uma ponte nasceu
E queimou na linha dos lábios dela, dos lábios dela
Suas mãos feitas de argila, ela brinca
Se tudo foi amor
Então amor é o nome

Composição: Rodrigo Amarante