Mon Nom
Rodrigo Amarante
Meu Sobrenome
Mon Nom
Eu sou o estrangeiro
Je suis l’étranger
E isso se pode ver
Et ça peut se voir
Eu não falo
Je ne parle pas
Exatamente como você
Tout-à-fait comme toi
Eu venho de um canteiro
Je viens de la plate-bande
Onde as berinjelas
Où les aubergines
Se roxeiam ao amanhecer
Se violacent dès l’aube
Elas são como eu
Elles sont comme moi
Todos aterrorizados
Tous terrifiés
Nós fomos
Nous avons été
Transplantados sem nossas raízes
Repiqués sans nos racines
Desde o nosso âmago
Depuis nos radicaux
São todos moles
Sont tout mous
Todos seus frutos
Tous ses fruits
Tocam o solo
Touchent le sol
Eu sou o estrangeiro
Je suis l’étranger
Como a água de seu rio
Comme l’eau de ton fleuve
E como a cadência
Et comme la cadence
Que sua filha dança
Que ta fille danse
Eles me chamam o moreno
Ils m’appellent le brun
Por causa de minhas mãos
À cause de mes mains
Que são sempre negras
Qui sont toujours noires
Eu acho que é bonito
Je trouve que c’est beau
Mas eu, eu me chamo Bruno
Mais moi je m’appelle bruno
À imagem de meu pai
À l’image de mon père
Seguindo uma onda cega
Suivant une vague aveugle
Que traz de volta desde meus avós
Qui ramène depuis mes aïeuls
O sentido escondido por trás de meu nome
Le sens caché derrière mon nom
Todos aterrorizados
Tous terrifiés
Nós fomos
Nous avons été
Transplantados sem nossas raízes
Repiqués sans nos racines
Desde o nosso âmago
Depuis nos radicaux
São todos moles
Sont tout mous
Todos seus frutos
Tous ses fruits
Tocam o solo
Touchent le sol
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