Diogo Ortiz
Razumíkin
Mais uma vez estou sozinho nessa rua
Ela se parece com a dos sonhos despedaçados
Bem no horário em que o sol encontra a lua
A composição de trens passa do meu lado
Passa do meu lado! Passa do meu lado!
As raízes sufocadas invadem a superfície
Os galhos parecem forcas, cabisbaixos, muito triste
Os braços decepados da velha centenária
A inutilizam plantada na calçada
Plantada na calçada! Plantada na calçada!
O vigia finge ter alguma ocupação
É como estar no deserto e procurar água no chão
As casas de barro estão em todo lugar
Engenharia avançada pra humano copiar
O cheiro de carniça às vezes reaparece
Dentro e um saco preto, animal apodrece
Os vasos recheados de comes e bebes
Bem no cruzamento, é alguém fazendo prece
Alguém fazendo prece! Alguém fazendo prece!
Do outro lado da linha o quartel toca a trombeta
Os tambores, os gritos, a sinfonia perfeita
As casas, todas, super protegidas
Cerca elétrica, lança e câmera escondida
E câmera escondida! E câmera escondida!
De manhã até que ela é agradável
Mas à noite é sinistra, tipo os conto macabro
Aqui não tem fantasma, nem efeitos especiais
Os trovões são de verdade e a maldade ainda mais
Na hora de ir o desejo é não chegar
Na hora da volta eu queria é voar
Atrasam o relógio em algum lugar lá perto
Pois o tempo não passa e aumenta mais o tédio
Aumenta mais o tédio! Aumenta mais o tédio!
De manhã até que ela é agradável
Mas à noite é sinistra, tipo os conto macabro
Aqui não tem fantasma, nem efeitos especiais
Os trovões são de verdade e a maldade ainda mais
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