Arrumei uma guria, moça de menor idade
Era muito do meu gosto, bonita barbaridade
O véio disse pra filha, falou com sinceridade
Não case com esse violeiro que não tem capacidade

Falou o véio pra filha, solteira tu tem fartura
Te case com esse malandro pra te ver que vida dura
Eu pensei comigo mesmo esse véio não tem cura
Vou roubar a filha dele na primeira noite escura

Encilhei o meu cavalo, convidei ele na espora
Fui buscar a garotinha que o meu coração adora
Cheguei lá na casa dela, mais ou menos duas horas
Bati na janela do quarto, querida, vamos embora

Levei a pior do mundo, o véio era viajado
Tava cuidando da filha, já tinha desconfiado
Sem demora apareceu, de mocinha disfarçado
Montou na minha garupa e levei o véio enganado

Já saí a galopito, tremendo o sangue nas veias
O véio agarrou meu braço e disse, violeiro, apeia
Agora eu vou te ensinar a roubar a filha alheia
Me deu trezentos lacaços e me levou pra cadeia

Depois o praga do véio contou pros meus conhecidos
Agora quando me vejo tristonho e arrependido
Já começo a dar risada, tropa de prevalecidos
Até de ladrão de véio me chamam por apelido

Composição: