Disparando rimas contra o vento
Me encontro no centro perfeito e digo
Que meu esforço é bem maior do que meu talento
Underground sujo do murro em ponta de faca
Na hora da caça sempre tô alerta
Por anos despercebidos
Hoje enxergam o próprio umbigo
Não tem raciocínio só tão vendendo dinheiro
As ruas choram sangue
Cataram os mangues
Construíram prédios
Favelas ao lado
Dispõe dos remédios
Tô pouco me fudendo se eu não fazer hit oh
Sobrevivo na rua e sem nenhum kit oh
Só não posso chegar em casa sem algum qualquer
Acelero na madruga guiado por minha fé

Entre o morro e o asfalto
Entre a cruz e a espada
Entre água e o fogo
Entre tudo e nada
E o tempo vai contar
A história feita
Correria, sangue e caneta
A nuvem sempre cinza
Vi de perto de onde a direção de cima

Precocemente me criei
Ao um tempo a frente
Aonde não discutem semente
Só semeiam
Favela de barriga cheia
Burgueses aos seus pés
Me diga o que tu busca
Que eu digo quem tu és
Meu santo ta cansado
De carregar fardo
Não mais humilhados
Seremos eternos
Observe o legado
Com rimas simplória
Escrevo nossa história
Avante a vitória
Somos jovens fadados a glória
Chegou a hora
De fazer a trajetória de um pais desenvolvido
Sem racismo sem miséria
Sem tomar dura dos bicos
Soa até meio esquisito
Eu auto deposito fé por onde eu transito
Estão nos tirando tudo de Mercedes já não usam as caravelas
Botam fogo na história exercito na favela
Se todos nos unirmos nem um deles sobrarão
200 milhões de cidadãos contra a terra do mensalão

Composição: Vitor Ruderalis