Nessas águas desse rio
Afundei minhas lembranças
Mas nasceram tantos sonhos
Em cardumes de esperança
Nos alagues das barrancas
Moram mistérios profundos
E eu já sei que não desvendo
Todos os mistérios do mundo

Ao contemplar essas águas
Esqueço as dores e mágoas
E acalma meu coração
Se a água segue tranquila
Porque a pressa me aniquila
Bato asas igual gavião

Nessas águas desse rio atiro a linha e o anzol
Penso no olhar da prendinha igual ao raio de Sol
O pensamento desperta a linha está beliscando
Assim levo minha vida sempre tenteando, tenteando
Ao contemplar essas águas
Esqueço as dores e mágoas
E acalma meu coração
Se a água segue tranquila
Porque a pressa me aniquila
Bato asas igual gavião

Vejam só quanta grandeza nessas águas desse rio!
Vai o tempo nas cachoeiras vai à vida em rodopio
Por certo sou este rio que passa e não volta mais
Dois viajantes solitários, dois destinos tão iguais
Ao contemplar essas águas
Esqueço as dores e mágoas
E acalma meu coração
Se a água segue tranquila
Porque a pressa me aniquila
Bato asas igual gavião

Composição: Salvador Lamberty.