Ágora
Guilherme de Sá
Vá
Vá, mas não deixe partir
Vá, mas não esqueça
Nem lembre-se demais
Nem ouse-me dizer adeus
Vá
Deixe um pouco de você
Leve um pedaço de mim
Mas não me fatie, não me parta
Guarde-me, lá estarei
Lá
Vá remar
Onde o rio deixa-lhe
Em minha ágora
Cheia de querubins
Diga sim ou não
Mas veja que eu
Tenho um refúgio
E ele é seu
Ou me desmemorie nele
Ou lute por nos dois nessas águas
Não vá
Fique apenas, esteja
Fique sem razão de estar
Que o que foge de nós é o encontro
E o início, em seu princípio de saudade
Onde o que era tudo (eu amei)
Num espanto de ser nada
Virou temor
(E eu compreendi)
Lá
Vá remar
Onde o rio deixa-lhe
Em minha ágora
Cheia de querubins
Diga sim ou não
Mas veja que eu
Tenho um refúgio
E ele é seu
Ou me desmemorie nele
Ou lute por nos dois nessas águas
Diga sim ou não
Mas veja que eu
Tenho um refúgio
E ele é seu
Ou me desmemorie nele
Ou lute por nos dois nessas águas
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