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Todo Poder

Filipe Ret

O povo ainda chora papai
O povo ainda chora minha mãe
Meu filho, pra minha mulher, diz: Mamãe
E agora eu que sou o pai: Qual vai ser?
Com pressa de viver sem ver TV
Tô mandando quem eu quero se fuder
Esperança é expectativa
Minha fé, minha única certeza

Vou trampar pra que meu filho coma
E amenizar a dor de um país em coma
Tive que ralar pra ficar famoso
E depois entender que foda-se a fama
Essa revolta é química
Nessa veia corre o sangue de quem foi roubado
O rap ainda é dedo na ferida
Quem não pegou essa visão foi manipulado
Solo sagrado, todos sentem isso
Além da riqueza, poucos sentem isso
Bênção pra quem sabe o que faz
Maldição eterna pra quem matou índio
Sigo respeitado por todo gueto
Aquele branco capaz de inspirar um preto
Dedo pros cu ainda é pouco (toma meus 5 dedo)

Tô tipo Cazuza, exagerado
Pique máfia Yakuza, encapetado
Estilo Jack Nicholson caçando esses cuzão, porra, iluminado
Usei droga pra mudar minha consciência mais nada mudou
Ganhei tanta grana, gastei tanta grana que ela quase acabou
Tive que crescer pra enxergar que crescer ainda é muito pouco
Tô tipo bicho solto, coringa louco da cena
Não espera o ódio dominar pra entender o tamanho do nosso problema
Ainda não ganhei, ainda tô pelas mina, o povo, os gay
E tô matando aqui agora aquele Ret que achou que venceu
Porque eu falhei

Todo poder pro povo (todo poder)
Todo poder pro povo (todo poder)
Todo poder pro povo (todo poder)
Todo poder pro povo (todo poder)
Todo poder pro povo (todo poder)
Todo poder pro povo (todo poder)
Todo poder pro povo (todo poder pro povo)
Todo poder pro povo (todo poder)

Sempre quis mudar o mundo pra melhor
Por isso quase me perdi no caminho
Não acredite em elogio, TV, jornal
Porque é certo, nego, tu ficar sozinho
Quando eu falo TTK, me refiro a sua quebrada
Quando eu falo em fumar, tô exigindo liberdade, nego
Isso é tudo ou nada

Fuga dessa porra toda plástica
Cuspa essa porra toda tóxica
Mágica é trabalhar o tempo todo
Revolução ao vivo, ontologia anárquica
Feito uma foda bem dada e rápida
Sem esquecer que ela também quer seu chupada (hmm)
A maioria deles não entende nada

Eles tão cagando, e tá morrendo favelado pra caralho todo dia
Um dia um santo disse que eu sou pai de santo
Hoje meu show é meu terreiro, nego, quem diria
Tô pronto pra ser eu, não pra ser popular
Pra revolucionar ou pra copular
A loucura real ninguém vai falar
Quem se joga do prédio não diz vou pular

Falta feijão e arroz no prato
Condição pra pobre ganhar de fato
Pastores demônios lucrando com Deus
Enquanto o poder corrompe os dois lados
Essa verdade vai doer
Não vejo o bolo crescer
Só vejo o olho crescer
Quando nossa família vai triunfar?
Covardia é não deixar o povo vencer

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Composição: Filipe Ret / Portugal No Beat. Essa informação está errada? Nos avise.
Enviada por Bardigang. Legendado por #!. Viu algum erro? Envie uma revisão.

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