Margot

Desde lejos se te enbroca, Pelandruna abacanada
Que has naciste en la mugre de un convento de arrabal
Porque hay algo que te vende, yo no sé si es la mirada
La manera de sentarte, de vestir, de estar parada
O tu cuerpo acostumbrado a las pilchas de percal

Ese cuerpo que te marca los compases tentadores
Al candombe de algún tango en los brazos de un buen gil
Mientras triunfa tu silueta y tus trajes de colores Entre risas y piropos
De muchachos seguidores entre el humo de los puros y El champán de armenonville

Son mentiras, no fue el guapo compadrón ni prepotente
Ni un malevo veterano el que al vicio te largó
Vos rodastes por tu culpa y no fue inocentemente
Berretines de bacana que tenías en la mente
Desde el día que un jailete de su villa te afiló

Siempre vas con los amigos a tomar finos licores
A lujosos reservados del petit o del julien
Y Tú vieja, pobre vieja, lava toda la semana
Pa' poder parar la olla con pobreza franciscana
En el viejo conventillo alumbrao a querosén

Yo me acuerdo no tenías casi nada que ponerte
Hoy usas ajuar de seda con rositas rococó
¡Me revienta tu presencia pagaría por no verte
Si hasta el nombre te han cambiado como ha cambiado de suerte
Ya no sos mi margarita, ahora te llaman Margot!

Margot

De longe você fica preso, grosseiro Pelandruna
Que você nasceu na sujeira de um convento no subúrbio
Porque tem uma coisa que te vende, não sei se é o visual
A maneira como você se senta, se veste, fica de pé
Ou seu corpo acostumado com as pilhas de chita

Esse corpo que marca as barras tentadoras
Ao candombe de um tango nos braços de um bom gil
Enquanto sua silhueta e seus ternos coloridos triunfam Entre risadas e elogios
De garotos seguidores entre a fumaça dos charutos e o champanhe de armenonville

São mentiras, não foi o compadrón bonitão ou arrogante
Nem mesmo um veterano malévolo que te jogou no vício
Você rolou por sua causa e não foi inocentemente
Boinas Bacana que você tinha em mente
Desde o dia em que um jacaré de sua vila te afiou

Você sempre vai com amigos para beber licores finos
Para estandes luxuosos no petit ou julien
E você velha, pobre velha, lave toda a semana
Para poder parar a panela com a pobreza franciscana
No antigo cortiço, iluminação a querosene

Eu lembro que você não tinha quase nada para vestir
Hoje você usa enxoval de seda com rosas rococó
Sua presença me irrita, eu pagaria para não te ver
Se até o seu nome mudou, como mudou a sua sorte?
Você não é mais minha margarida, agora eles te chamam de Margot!

Composição: Celedonio Esteban Flores / Carlos Gardel / José Ricardo Soria