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Não Sou Um de Vocês

Carlos Eduardo Taddeo

Confesso, não tenho a honestidade, honradez do delegado
Que vive do acerto do excluído, 33 forjado
Ele gabaritou no concurso pra desfilar no matadouro
De Porsche Panamera com envelopamento cromado ouro
Não tenho a ética do doutor que fez medicina
Pra desligar oxigênio, deixar baleado sem anestesia
Sou um fracasso, não virei juiz da execução penal
Que põe parente almoçando no chão, na visita semanal
Zero em dramaturgia pra TV brasileira
Não sei escrever a novela que inferioriza a mulher negra
Fiquei com falta nas aulas de boas maneiras
Pra dopar com vários Rivotril, provocar suicídio de presa
Não tenho ódio de classe pra digitar: Se fudeu
Foi roubar corrente, ainda bem que morreu!
Longe de ser cidadão de bem, não pus a touca ninja
Que faz o Brasil liderar com folga o ranking das chacinas
Não fiz Fake News, não impulsionei nome em rede social
Fraudando o TSE pra vencer corrida eleitoral
Admito burguês, não sou um de vocês, não tenho vocação
Pra viciar criança, aliciar pra prostituição
No máximo, posso invadir a cobertura do banqueiro
Queimar o rosto com isqueiro, se esconder o dinheiro
Não quero a obra em vários países, sou só o Kamikaze
Que cansou de osso encontrado por farejador de cadáver

Não tenho aula de boas maneiras, educação refinada
Pra monetizar miséria, escravidão, ossada
Não aplaudo genocídio, esquartejamento no xadrez
Aí burguês arrombado: Não sou um de vocês

Não tenho aula de boas maneiras, educação refinada
Pra monetizar miséria, escravidão, ossada
Não aplaudo genocídio, esquartejamento no xadrez
Aí burguês arrombado: Não sou um de vocês

Sou má influência, não me alio ao PM cuzão
Que chuta a moto pra derrubar fugitivo no chão
Incompetente, não sei usar a miséria do excluído
Pra enriquecer, vender blindagem, colete balístico
Sem etiqueta, não inventei o crime perfeito
Catar bilhões e por na fatura do menino negro
Até na quebrada, o estereótipo de delinquente
É adolescente carente, afrodescendente
Não criei a ideologia racista da alta sociedade
Pilar do Bullying presente na escola, em todas as classes
Se tivesse roubado vaga em universidade federal
Formularia a mais perfeita pena capital
Que é mais letal que a da China, Arábia Saudita
E é vendida como mero confronto com a polícia
Sem criatividade, não faço data comemorativa
Que gera fuga em massa, nome no Serasa com dívida
Não sei injetar fome, desejo de consumo
E converter inocente em dono de boca de fumo
Que, de Browning, mostra pros secretários de segurança
Que o crime manda na rua, no Estado, na tranca
Sou só um bandido contra a educação deformadora
Pra que os meus não rache a vitrine da Cartier na voadora
O mau elemento que comete o crime hediondo
De incentivar a leitura em barracos, celas e ônibus

Não tenho aula de boas maneiras, educação refinada
Pra monetizar miséria, escravidão, ossada
Não aplaudo genocídio, esquartejamento no xadrez
Aí burguês arrombado: Não sou um de vocês

Não tenho aula de boas maneiras, educação refinada
Pra monetizar miséria, escravidão, ossada
Não aplaudo genocídio, esquartejamento no xadrez
Aí burguês arrombado: Não sou um de vocês

Eu não sou íntegro como a elite do Brasil
Não fecho no azul explorando trabalho infantil
Não tenho know-how pra gerar pessoas traficadas
Nem doutorado pra produzir encarceramento em massa
Jamais teria tecnologia, conhecimento
Pra criar bunker, metralhadora, central de monitoramento
Nem consigo fabricar moto Disney elétrica
Proibida pras crianças da favela
Não sou o gênio que nos dá o maior comércio de cocaína
Mesmo sem a folha de coca florescer no nosso clima
Meu intelecto é inferior ao do boy pacifista
Que busca a paz velando 175 por dia
Não fiz Yale pra rasgar a Constituição Federal
E condenar milhões a programas de assistência social
Quem dera ter a decência da playboyzada
Que traz jovem do interior pra manter em casa escravizada
Ou ter o sucesso do cantor global fabricado
Que fode o ingênuo, induzindo o consumo de álcool
Assumo a inaptidão pra ser rico, ser de direita
Não convido estrangeiro pra comer mulher brasileira
Nunca pus quilombola e gado no mesmo patamar
Citando arrobas, dizendo que o negro não serve pra procriar
Sou analfabeto pra seguir sua cartilha, burguês
Com certeza, não nasci pra ser um de vocês

Não tenho aula de boas maneiras, educação refinada
Pra monetizar miséria, escravidão, ossada
Não aplaudo genocídio, esquartejamento no xadrez
Aí burguês arrombado: Não sou um de vocês

Não tenho aula de boas maneiras, educação refinada
Pra monetizar miséria, escravidão, ossada
Não aplaudo genocídio, esquartejamento no xadrez
Aí burguês arrombado: Não sou um de vocês

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Composição: Carlos Eduardo Taddeo. Essa informação está errada? Nos avise.
Enviada por Flávio. Revisões por 2 pessoas . Viu algum erro? Envie uma revisão.

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