Faça login para habilitar sua assinatura e dê adeus aos anúncios

Fazer login
exibições de letras 118

Romance de D. Mariana

Brigada Victor Jara

Fiz uma aposta, senhores
Ou de perder ou de ganhar
Dormir com D. Mariana
Ai, filha do Conde Real

Não apostes, ó meu filho
Ai, que tu não hás de ganhar
Dona Mariana é muito séria
Ai, de ti não se deixa enganar

Vestiu-se em traje de donzília
E tratou de caminhar
Chegando ao meio da praia
Ai, começou a passear

Que donzília é aquela
Ai, que anda além a passear?
Ai, eu sou donzília, senhora
Ai, eu sou donzília do mar

Tenho a minha teia urdida
Ai, fiado venho buscarte
Avie-me lá, ó senhora
Ou trate de me aviar

Que o caminho é muito longe
Não me posso demorar
Ai, pode vir algum mocito
Ai, que de mim queira zombar

Que donzílias fora de horas
Não é bonito andar
Cala-te aí, ó donzília
Não te estejas a difamar

Cala-te aí, ó donzília
Ai, que ao meu quarto virás ficar
Lá pela noite adiante
Dona Mariana quis gritar

Cala-te, Dona Mariana
Não te estejas a difamar
Que eu não sou donzília nenhuma
Ai, sou D. Carlos d’Além-Mar

Só te peço, ó D. Carlos
Que à praça não te vás gabar
Ai, se o meu pai vem a saber
Ele me mandará matar

Ele logo no noutro dia
À praça se foi gabar
Dormi esta noite cuma menina
Ai, tão branquinha como um cristal

Era Dona Mariana
Ai, filha do Conde Real
Seu irmão, que isto ouviu
A seu pai veio logo contar

Mande matar Mariana
Ai, que se deixou enganar
Confessa-te, ó Mariana
Ai, ou trata de te confessar

Ai, amanhã por esta hora
Ai, o sino há-de dobrar
Não haverá algum ganhão
Que o meu pão queira ganhar

Ir levar uma cartinha
Ai, ao D. Carlos d’Além-Mar?
Desceu um anjo do Céu à Terra
Escreva lá, minha menina

Ai, ou depressa ou devagar
Caminho que se anda em trinta dias
Numa hora se há-de andar
Se ele estiver almoçando

Deixe-o acabar de almoçar
Se ele andar passeando
Vai-la logo entregar

Ó D. Carlos, ó D. Carlos
Ó D. Carlos d’Além-Mar
Uma menina que vós teis
Não a deixes mandar matar

Não tenho menina nenhuma
Ai, que eu deixe mandar matar
Só se é Dona Mariana
Ai, filha do conde Real

Pois é mesmo essa menina
Que vai amanhã a enforcar
Alto, alto, ó meus criados
Os que estão ao meu mandado

Vão ferrar os meus cavalos
Do bronze mais alastrado
Do bronze mais alastrado
Que até a calçada há-de estalar

Caminho que se anda em trinta dias
Numa hora se há-de andar
Vestiu-se em traje de frade
E tratou de caminhar

Chegando lá mais adiante
Ai, a justiça encontrara
Arreda, ó justiça, arreda
Ou trata de te arredar

A menina que aí levam
Ela vai por confessar
No princípio da confissão
Um abraço lhe quis dar

Arreda-te, ó frade, arreda
Ou trata de te arredar
Onde D. Carlos pôs os braços
Ai, não é pra’ra frades abraçar

Lá no meio da confissão
Um beijinho lhe quis dar
Arreda-te, ó frade, arreda
Ou trata de te arredar

Onde D. Carlos pôs os lábios
Não é pra frades beijar
Cala-te, Dona Mariana
Não te estejas a difamar

Que eu não sou frade nenhum
Ai, sou D. Carlos d’Além-Mar
Monta-te naquela liteira
Ai, tratemos de caminhar

Chegaremos ao meu palácio
Trataremos de ir casar

Adicionar à playlist Tamanho Cifra Imprimir Corrigir

Comentários

Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra

0 / 500

Faça parte  dessa comunidade 

Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Brigada Victor Jara e vá além da letra da música.

Conheça o Letras Academy

Enviar para a central de dúvidas?

Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.

Fixe este conteúdo com a aula:

0 / 500

Posts relacionados Ver mais no Blog


Opções de seleção