I Contain Multitudes

Today, and tomorrow, and yesterday, too
The flowers are dyin’ like all things do
Follow me close, I’m going to Berlinale
I’ll lose my mind if you don’t come with me
I fuss with my hair, and I fight blood feuds
I contain multitudes

Got a tell-tale heart like Mr. Poe
Got skeletons in the walls of people you know
I’ll drink to the truth and the things we said
I’ll drink to the man that shares your bed
I paint landscapes, and I paint nudes
I contain multitudes

A red Cadillac and a black mustache
Rings on my fingers that sparkle and flash
Tell me, what’s next? What shall we do?
Half my soul, baby, belongs to you
I relic and I frolic with all the young dudes
I contain multitudes

I’m just like Anne Frank, like Indiana Jones
And them British bad boys, The Rolling Stones
I go right to the edge, I go right to the end
I go right where all things lost are made good again

I sing the songs of experience like William Blake
I have no apologies to make
Everything’s flowing all at the same time
I live on a boulevard of crime
I drive fast cars, and I eat fast foods
I contain multitudes

Pink petal-pushers, red blue jeans
All the pretty maids, and all the old queens
All the old queens from all my past lives
I carry four pistols and two large knives
I’m a man of contradictions, I’m a man of many moods
I contain multitudes

You greedy old wolf, I’ll show you my heart
But not all of it, only the hateful part
I’ll sell you down the river, I’ll put a price on your head
What more can I tell you?
I sleep with life and death in the same bed

Get lost, madame, get up off my knee
Keep your mouth away from me
I’ll keep the path open, the path in my mind
I’ll see to it that there’s no love left behind
I’ll play Beethoven’s sonatas, and Chopin’s preludes
I contain multitudes

Há Multidões Dentro de Mim

Hoje, e amanhã, e ontem também
As flores estão morrendo, como tudo morre
Me siga de perto, estou indo para Berlinale
Ficarei louco se você não vem comigo
Bagunço meu cabelo e luto em feudos de sangue
Há multidões dentro de mim

Tenho um coração de contador de histórias como o Senhor Poe
Tenho esqueletos nas paredes das pessoas que você conhece
Beberei à verdade e às coisas que dissemos
Beberei ao homem que compartilha a cama com você
Pinto paisagens e nus
Há multidões dentro de mim

Um Cadillac vermelho e um bigode preto
Anéis nos meus dedos que brilham e lampejam
Me diga, o que vem depois? O que devemos fazer?
Metade da minha alma, querida, pertence a você
Eu guardo lembranças e brinco com todos os jovens
Há multidões dentro de mim

Eu sou igual a Anne Frank, igual Indiana Jones
E igual aqueles meninos britânicos malvados, os Rolling Stones
Eu vou direto ao limite, direto ao final
Vou direto aonde todas as coisas perdidas são transformadas em boas novamente

Canto músicas de experiências assim como William Blake
Não tenho desculpas a fazer
Tudo está fluindo ao mesmo tempo
Vivo numa avenida do crime
Dirijo carros rápidos e como porcaria
Há multidões dentro de mim

Calças rosa, jeans azuis vermelhos
Todas as moças bonitas e todas as rainhas velhas
Todas as rainha velhas de minhas vidas passadas
Carrego quatro pistolas e dois facões
Sou um homem de contradições, sou um homem de diversos temperamentos
Há multidões dentro de mim

Seu velho lobo ganancioso, vou te mostrar meu coração
Mas não ele todo, apenas a parte odiosa
Vou te vender rio abaixo, vou colocar um preço em sua cabeça
O que mais posso te dizer?
Durmo com a vida e a morte na mesma cama

Sai daqui, madame, sai de cima de mim
Mantenha sua boca longe de mim
Manterei o caminho aberto, o caminho da minha mente
Assim verei que não há nenhum amor deixado pra trás
Tocarei as sonatas de Beethoven e os prelúdios de Chopin
Há multidões dentro de mim

Composição: Bob Dylan