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Fazer loginQuer saber tudo sobre o samba-reggae? Este artigo foi escrito especialmente para você, com tudo que você precisa conhecer sobre um dos ritmos mais tocados do Carnaval brasileiro.
Criado na Bahia entre as décadas de 1980 e 1990 pelo mestre Neguinho do Samba, o samba-reggae aposta na fusão entre o reggae da Jamaica e o samba, patrimônio cultural do Brasil, dando origem a uma sonoridade única e cheia de personalidade.
Desde então, o ritmo ganhou embaixadores de peso, como Daniela Mercury, Margareth Menezes, Olodum e Carlinhos Brown, que levam seu suingue e suas influências afro a todo o mundo.
Vem conhecer um pouco mais sobre o estilo e as músicas mais famosas do samba-reggae!
Se fosse necessário resumir tudo sobre o samba-reggae em apenas uma palavra, seria “suingue”. O ritmo mistura percussão e instrumentos típicos da música latina para criar grooves cheios de malemolência e balanço.
A história do samba-reggae começa em meados dos anos 1980, quando o maestro Antônio Luís Alves de Souza, imortalizado como Neguinho do Samba, resolveu fazer experimentações misturando elementos de diferentes ritmos.
Então regente da bateria do Olodum, nascido e criado em Salvador, o artista respeitou as origens da Bahia (cuja população é formada por mais de 80% de afrodescendentes) e integrou elementos afro a suas composições.
Não satisfeito, seguiu uma tendência do movimento negro entre as décadas de 1970 e 1980 e expandiu o intercâmbio cultural afro até o Caribe e a América Central, buscando nessas regiões mais influências para sua arte.
Sua intenção (muito bem-sucedida, como apontam especialistas no tema) era deixar como legado uma referência cultural que se tornaria patrimônio imaterial do povo brasileiro, pautada em conceitos como pan-africanismo e pan-americanismo.
Por conta dessas origens miscigenadas, para compreender bem tudo sobre o samba-reggae, é fundamental conhecer as influências por trás do ritmo.
Neguinho do Samba buscou dois ritmos tipicamente brasileiros, o samba duro (um ritmo baiano derivado do samba de roda carioca) e o funk carioca, em busca de sua própria identidade musical.
Na sequência, o maestro importou influências de ritmos latinos, como merengue e salsa, bem como características do reggae da Jamaica, para chegar ao groove que idealizou.
O resultado da mistura comandada por Neguinho do Samba é um ritmo que utiliza instrumentos de todos esses gêneros para criar sua musicalidade.
As composições são baseadas em atabaque, tambores, agogô, pandeiro, guitarra (ou viola eletrônica) e até instrumentos de outros ritmos latinos, como maracas, enquanto evita certos instrumentos mais ligados ao samba clássico, como o cavaquinho.
A “cereja no bolo” foi a utilização de influências africanas (como o candomblé, a capoeira e a umbanda) na composição das letras, com amplo uso de palavras de origem afro: você já deve ter ouvido por aí “ilê-aiyê”, “dandalunda” e outras expressões.
Se até aquele momento os artistas baianos (sobretudo os negros) precisavam investir no eixo Rio-São Paulo para consagrar suas carreiras, agora poderiam fazê-lo sem nunca sair de Salvador.
Embora o samba-reggae seja tipicamente brasileiro, é inegável que o ritmo ultrapassou as fronteiras geográficas e se tornou apreciado em outros cantos do mundo.
Nomes como o Rei do Pop Michael Jackson e o ícone do reggae Jimmy Cliff chegaram a lançar faixas de samba-reggae, dando um toque ainda mais globalizado a esse empolgante ritmo latino e, acima de tudo, brasileiro.
Além disso, o estilo musical também rendeu ao Olodum um exclusivo Grammy na categoria World Music em 1991, consagrando de vez a criação de mestre Neguinho do Samba no cenário musical internacional.
O sucesso do grupo baiano no embalo do samba-reggae, aliás, foi tão estrondoso que o Olodum já tocou em todos os continentes, em mais de 40 países.
Os palcos europeus, inclusive, também já receberam com festa artistas como Margareth Menezes, Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e outros nomes ligados ao ritmo jamaicano-brasileiro.
Para saber de vez tudo sobre o samba-reggae, a melhor dica é conhecer as principais músicas do ritmo que mistura influências brasileiras e jamaicanas. Confira alguns hits!
Sob comando do criador do ritmo, o Olodum se tornou um dos principais embaixadores do estilo jamaicano-brasileiro no mundo. Sua faixa Samba Reggae é considerada um verdadeiro hino do gênero por seu capricho técnico.
O samba-reggae remete a Margareth Menezes. Faraó, escrita e lançada em 1986, é até hoje uma das mais tocadas do Carnaval baiano. A cantora, aliás, é considerada uma das precursoras do ritmo que mistura influências do Brasil e da Jamaica.
O suingue das batidas compassadas dos instrumentos mais graves de Nobre Vagabundo, de Daniela Mercury, mostra bem como o samba-reggae mistura o groove do samba ao balanço do reggae jamaicano.
Você se lembra da Banda Mel? O grupo por trás de Prefixo de Verão e Baianidade Nagô foi um dos maiores responsáveis por popularizar o samba-reggae no Carnaval baiano e, consequentemente, em todo o cenário musical brasileiro.
Embora tenha sido imortalizada na voz de Margareth Menezes, o sucesso Dandalunda foi escrito por Carlinhos Brown, um dos maiores nomes do ritmo e co-fundador do grupo Timbalada, famoso por seu legado no samba-reggae.
O grupo Timbalada foi criado por Carlinhos Brown, um dos grandes nomes do ritmo jamaicano-brasileiro, e absorveu influências do samba-reggae em suas principais obras — como o sucesso Canto Pro Mar, sempre com destaque para a sonoridade do timbal.
Desde os tempos em que era comandada por Ivete Sangalo, a Banda Eva utiliza os instrumentos e as batidas do samba-reggae em suas composições, como Doralice. Nas eras Saulo Fernandes, Emanuelle Araújo e Felipe Pezzoni, isso não mudou.
O sucesso de Ivete Sangalo com o samba-reggae foi tão estrondoso que a baiana seguiu no ritmo, mesmo após deixar a Banda Eva. Bom exemplo é o sucesso Flores, que a cantora incluiu em sua famosa apresentação no Madison Square Garden, em Nova York.
Mais um dos expoentes da música baiana que ganhou o mundo na levada do samba-reggae, o Ara Ketu levou hits como Bom Demais até as paradas do Brasil inteiro, acelerando a popularização do ritmo.
Prova da globalização do samba-reggae é a faixa They Don’t Care About Us, sucesso de Michael Jackson de 1996, cujo arranjo é assinado por ninguém menos que Neguinho do Samba, o criador do ritmo jamaicano-brasileiro, e é tocado pelo Olodum.
Curtiu aprender tudo sobre o samba-reggae? O ritmo nascido na Bahia se tornou sinônimo de suingue e primor técnico, incorporando influências de diferentes estilos musicais, como o reggae, o samba duro e até o funk.
Falando nisso, você também pode gostar de conhecer o que é que a Bahia tem na voz dos principais cantores baianos. Nossa lista inclui ícones da música brasileira, como Moraes Moreira, Gilberto Gil e Caetano Veloso, entre muitos outros!
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