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Fazer loginEm 2019, a Mancha Verde conquistou o título de campeã do carnaval paulista pela primeira vez na história, com um enredo que contou a história da princesa africana Aqualtune, avó de Zumbi dos Palmares, e falou sobre o preconceito racial.
Depois do show do ano passado, é claro que a escola não podia deixar a desejar em 2020, né?
A Mancha Verde vai ser a quarta escola a entrar no sambódromo do Anhembi no dia 21 de fevereiro, sexta-feira, primeiro dia de desfile das escolas do grupo especial de São Paulo.
Como afirmam os carnavalescos, a Mancha resolveu mais uma vez “colocar o dedo na ferida” e tratar de um tema sensível.
Em 2020, a escola vai entrar na avenida homenageando Jesus Cristo, pedindo amor e perdão, e ressaltando o verdadeiro sentido da vida ao som do samba-enredo Pai! Perdoai, Eles Não Sabem o Que Fazem!
O tema religiosidade já apareceu outras vezes na avenida: em 2019, a Gaviões da Fiel gerou polêmica com a representação de Jesus Cristo.
A Mancha Verde, no entanto, promete trazer uma abordagem que não toca na figura de Cristo, mas fala sobre o amor e a redenção de que o mundo tanto precisa!
Pai! Perdoai, Eles Não Sabem o Que Fazem é uma passagem bíblica que está em Lucas, capítulo 23, versículo 34.
A passagem conta o momento em que Jesus foi crucificado, e pediu perdão a Deus em nome daqueles que o mataram. O título reflete bem a ideia de amor que a escola quer passar: o amor que perdoa, que não julga e não aponta o dedo.
Em outras palavras, um amor livre de preconceitos. 💕 Bora entender e aprender a letra?
Só o amor pode curar o mundo
No altar do carnaval, canto em oração
A Mancha é a voz dos filhos teus
Olhai por nós, meu Deus
O primeiro verso do samba resume bem toda a ideia do enredo: só o amor pode curar o mundo.
No segundo verso, a letra aponta o carnaval como um altar e o canto como uma oração. O coro da Mancha Verde seria, então, a voz dos filhos de Deus, que clamam pela ajuda d’Ele.
Ó Senhor, benditos os que rogam o perdão
Derrame sobre nós a tua glória
Verás que a dor, não foi em vão
A segunda estrofe afirma que benditos são aqueles que sabem pedir perdão, e continua com o clamor a Deus para que ele aceite esses pedidos.
Apesar dos problemas que o mundo enfrenta e sempre enfrentou, tudo o que Jesus Cristo sofreu não foi em vão, e isso é provado pelo perdão e pelo arrependimento.
No céu uma linda estrela brilhou, reluz o salvador
Eu choro ao ver que o pecado me consome
Sou as duas faces desse homem
Que há de vencer o mal
No céu uma estrela brilhou faz referência à passagem sobre o nascimento de Jesus, em que uma estrela aparece no céu para guiar os três Reis Magos até o local onde o menino estava.
Já nos versos seguintes, a letra nos lembra da condição do pecado, e de que ninguém é 100% bom ou mau. Apesar de ter suas duas faces, o personagem na música está disposto a lutar contra todo o mal.
É preciso lutar, exaltando Penhas e Marias
Que clamam por direitos, igualdade
Essa é a tua vontade
Novamente, a música fala sobre essa necessidade de lutar. Aqui, de um modo bem específico, fala da necessidade de levantar a bandeira da luta pela igualdade, já que é essa a vontade de Deus.
Afinal, um amor como o que a música relata jamais apoiaria qualquer tipo de discriminação.
Em nome do pai, amém
Justiça e paz, aos homens de bem
Deus não criou raça, e nos ensinou
Aos olhos não existe cor
Em nome do pai faz referência ao sinal da Santíssima Trindade, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Nessa estrofe, a letra aponta mais uma vez o que citamos no parágrafo anterior: Deus não criou raça é um apelo contra o racismo, que vai contra os ideais da fé cristã.
Quero me deitar em verdes campos
Ver a natureza florescer
Não ter a maldade como herança
Fazer valer, cada amanhecer
Outra crítica trazida pela escola, que quer falar sobre os principais problemas do mundo de hoje, é à destruição da natureza.
Como a letra diz, é preciso deixar a natureza florescer pra ter a beleza como herança, ao invés da maldade.
É hora de darmos as mãos, cumprir a nossa missão
Perdoe se algo te fiz, me abrace vem ser feliz
Chegamos ao coro, que é o ápice da música. Os dois versos aparecem no começo da versão que foi gravada, e voltam aqui no final, convidando quem ouve a se juntar à luta.
O refrão é, ao mesmo tempo, um convite para uma missão que é de todos, e um pedido de paz, tolerância e união.
Nunca perca a esperança
Sempre é tempo de sonhar
Pois vida é um sopro divino, a se revelar
Por fim, a escola nos lembra que, apesar de todos os problemas e da longa jornada de lutas que ainda temos na busca pelo amor, perder a esperança não é uma opção!
Afinal, como a música exalta, Deus criou o mundo para o bem.😍
A Grêmio Recreativo e Cultural Escola de Samba Mancha Verde surgiu em 1995, como um bloco de carnaval, e só estreou mesmo como escola cinco anos depois, no carnaval de 2000.
Ela surgiu a partir da torcida organizada do Palmeiras, algo que já havia acontecido com o Corinthians e a Gaviões da Fiel.
No entanto, a torcida foi extinta e ressurgiu algum tempo depois como Mancha Alviverde, desvinculada da escola.
Apesar de ter conseguido entrar para o Grupo Especial em 2004, a escola só desfilou nele por um ano e já foi obrigada a formar sozinha o Grupo Especial das Escolas de Samba Desportivas, no qual desfilou como única escola por dois anos consecutivos.
Em 2008, a Mancha voltou para o Grupo Especial. Nos vários anos que se passaram, a escola foi melhorando cada vez mais sua classificação.
É claro que houveram anos ruins, e a escola até chegou a ser rebaixada, mas voltou com tudo e continuou trilhando seu caminho até o objetivo maior, conquistado no ano passado, quando a Mancha Verde foi pela primeira vez campeã do carnaval paulista!
E aí, preparados para ver o que a escola vai trazer em 2020?
Quem é fã dos desfiles das escolas de samba não gosta de perder nenhum detalhe, né?
Para se programar e saber quando vai precisar torcer muito, vem conferir todos os detalhes sobre o desfile das escolas de samba de São Paulo!
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