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Fazer loginMilton Nascimento não é apenas um dos maiores artistas da MPB: ele é um dos maiores artistas da música ocidental. Criado em Minas Gerais, o cantor e compositor é responsável por um repertório inovador e se tornou influente no mundo inteiro.
Para ter uma ideia da importância deste grande músico, trouxemos uma breve biografia de Milton Nascimento, com um panorama de sua vida e trajetória. Vem com a gente!
Milton Silva Campos do Nascimento nasceu no dia 26 de outubro de 1942, em uma favela na Tijuca, no Rio de Janeiro. Abandonado pelo pai, foi criado pela mãe, Maria do Carmo do Nascimento, que trabalhava como empregada doméstica.
Antes de completar dois anos, Milton ficou órfão de sua mãe e foi levado para morar com a avó em Minas Gerais. Ela também trabalhava como empregada doméstica, na casa da professora de música Lília Silva, que não conseguia ter filhos.
Apegada à criança, Lília e seu marido Josino Campos, dono de uma estação de rádio, pediram para adotá-la.
A avó concordou sob as seguintes condições: que não tirassem o nome da mãe biológica do registro e que o trouxessem para que ela pudesse vê-lo de vez em quando.
Assim, aos seis anos de idade, Milton Nascimento parte com a família para Três Pontas, em Minas Gerais. Ele acabou sendo o primeiro de quatro irmãos e sempre soube que havia sido adotado.
Como muitos sabem, Milton Nascimento é conhecido também como Bituca. O apelido surgiu ainda na infância e é uma referência aos povos indígenas que foram chamados de botocudos por utilizarem botoques labiais.
Isso porque, quando contrariado, o pequeno Milton fazia um bico grande. O cantor disse que “era um negócio. Qualquer coisa que o pessoal fazia que eu não gostava, o bico vinha aqui”.
Já a sua irmã Elisabeth contou outra história. Segundo ela, o apelido teria sido dado por amigos com os quais ele estudava.
Um dia, um deles apareceu na porta de casa chamando pelo Bituca. Quando sua mãe perguntou “mas por que Bituca?”, ele teria respondido: “Ah, porque ele é botocudo, então, para ficar mais carinhoso, botocudo ficou Bituca”.
Milton Nascimento cresceu em uma família musical. Aos 4 anos, ganhou uma sanfona de dois baixos e aprendeu a cantar com sua mãe. Aos 13 anos, ganhou seu primeiro violão e se tornou crooner do conjunto Continental de Duilio Tiso Cougo.
Aos 15 anos, o artista fundou o grupo vocal Som Imaginário ao lado de Wagner Tiso, seu amigo de infância. Em seguida, eles se uniram a Wesley e Wanderley, irmãos de Wagner, e criaram os W’s Boys, que se apresentava nos bailes de Três Pontas.
A primeira canção gravada profissionalmente por Milton Nascimento foi Barulho De Trem, em 1962. No ano seguinte, ele partiu para Belo Horizonte, onde pretendia estudar Economia. Porém, a paixão pela música prevaleceu.
Nesta época, Milton se envolveu com vários projetos: com Wagner Tiso, ele montou o conjunto Holiday e gravou um compacto duplo. Com o baterista Paulinho Braga, criou o Berimbau Trio, e com o pianista Marilton Borges, fundou o conjunto Evolusamba.
Foi durante os ensaios na casa deste último que o cantor conheceu os irmãos Márcio e Lô Borges, além dos músicos Beto Guedes e Fernando Brant, com quem mais tarde formaria o Clube da Esquina.
Em 1966, ele se mudou para São Paulo. Lá, Milton participou do 2º Festival da Música Popular Brasileira com a canção Cidade Vazia, se classificando em quarto lugar.
Em seguida, conheceu Elis Regina, que gravou Canção Do Sal, primeira música do compositor a se tornar nacionalmente conhecida.
Em 1967, Milton teve três canções classificadas no Festival Internacional da Canção: Maria, Minha Fé, Morro Velho e Travessia. Esta última ficou em segundo lugar na competição e ainda o consagrou como o melhor intérprete.
Conheça a história da música Travessia, de Milton Nascimento
No mesmo ano, lançou seu álbum de estreia, Travessia, acompanhado pelos músicos do Tamba Trio. Em 1968, ele gravou o LP Courage, nos Estados Unidos, a convite do músico Eumir Deodato. No disco, há uma versão de Travessia chamada Bridges.
A partir dos anos 70, passou a integrar o jazz e o rock em suas composições, aliando os gêneros aos ritmos tradicionais mineiros, a MPB e a bossa nova. Foi ao longo daquela década que o artista gravou os discos que orientaram toda a sua obra.
Em 1972, Milton Nascimento e Lô Borges lançam o LP duplo Clube da Esquina, acompanhados pelo compositor Márcio Borges e os músicos Tavinho Moura, Flávio Venturini, Beto Guedes, Fernando Brant, Toninho Horta e Wagner Tiso.
O projeto surgiu de uma inquietação dos artistas mineiros, que se reuniam na esquina das ruas Divinópolis com Paraisópolis, no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte. Os encontros deram origem a um verdadeiro movimento vanguardista, batizado de Clube da Esquina.
O álbum trouxe importantes inovações para a música brasileira, sendo reconhecido internacionalmente e se tornando um dos mais influentes da biografia de Milton Nascimento e da história.
Nele, estão grandes clássicos como Trem Azul, Tudo O Que Você Podia Ser, Nada Será Como Antes e Paisagem da Janela.
Com uma longa trajetória de sucesso, Milton Nascimento lançou mais de 30 álbuns e gravou com inúmeros artistas nacionais e internacionais. Ao longo de sua carreira, o artista compôs trilhas para o cinema e o teatro e conquistou prêmios importantes, incluindo quatro Grammys.
Dentre os destaques estão canções como Maria, Maria e Coração de Estudante, que se tornou o hino do movimento Diretas Já, em 1984. Nos anos 90, a música Canção da América emocionou o país ao se tornar tema do funeral de Ayrton Senna.
Em abril de 2021, Milton Nascimento anunciou que a produtora Gullane está preparando uma cinebiografia sobre a sua vida. O projeto ainda está em desenvolvimento, e em breve mais informações serão divulgadas.
Enquanto o filme não vem, é possível assistir ao documentário Milton e o Clube da Esquina, disponível na Globoplay.
Em maio de 2022, Milton Nascimento revelou seus planos futuros como artista. Ele completará 80 anos de vida e 60 anos de carreira neste ano, e irá se despedir dos palcos ao final da sua turnê, intitulada Última Sessão de Música, que encerra em novembro.
Porém, o artista enfatiza: “essa turnê marcará minha despedida dos palcos. Da música, jamais”.
Bituca pretende continuar compondo e cantando, e ainda revelou que não possui arrependimentos em relação à sua carreira: “Nós nunca ficamos totalmente realizados na vida. Mas não penso em nada que não fiz e que gostaria de ter feito”, contou.
A ÚLTIMA SESSÃO DE MÚSICA: Turnê de encerramento de carreira. Confira todas as datas no site: https://t.co/jKKtyrYVo6
— Milton Bituca Nascimento (@MiltonBituca) May 15, 2022
Ingressos em 18/05, às 12h.
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Depois de saber mais sobre a biografia do grande Milton Nascimento, aproveita e vem conhecer também a história completa do Clube da Esquina, que revolucionou para sempre a música brasileira!
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