Faça login para habilitar sua assinatura e dê adeus aos anúncios
Fazer loginComposta em 1985 e lançada no álbum Exagerado, Codinome Beija-Flor é uma das músicas mais bonitas e admiradas do Cazuza.
Ao contrário de muitas músicas que o cantor compôs na época em que ainda fazia parte do Barão Vermelho, é uma canção mais contida e filosófica.
Isso tem muito a ver com o momento de sua composição: Cazuza escreveu Codinome Beija-Flor quando estava de cama, internado num hospital.
Além da reflexão do artista nas letras, os versos são acompanhados só pelo piano e pelo violino, mostrando um lado do artista muito diferente do garoto rebelde do Barão. Imagina colocar o primeiro álbum solo do Cazuza pra tocar e descobrir essa versão madura do cantor?
Vem conhecer a história da música!
Quando Cazuza compôs a música, estava na cama do hospital observando beija-flores pela janela.
Daí vem a metáfora para quando um relacionamento não termina bem: o amor ainda existe e surge aquele sofrimento de ver o outro seguindo em frente (de flor em flor). Pronto: codinome beija-flor.
Antes da gente falar da letra da música, dá uma olhada nessa linda apresentação:
Lindo, né? Então vamos pensar um pouco sobre de onde vem esses versos:
Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Aqui, o compositor nos dá o contexto: entre mentiras e perdões, notamos que algo está errado nesse relacionamento. Houve mágoa e não adianta tentar viver de aparências, porque resta um sentimento ruim de alguma das partes (ou de ambas).
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou
O amor é cheio de coincidências e ironias, né? Se, por um lado, quando nos apaixonamos os sinais parecem estar em todos os lugares (como a música do casal tocando em todo canto), quando o amor acaba, os sinais podem parar junto.
É sobre isso que o artista reflete, usando nossa música como uma referência aos bons momentos que não voltam mais.
Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Nesse trecho, o compositor critica a cortesia do pós-término, em que ambos são cordiais mas não existe sinceridade nisso. Para Cazuza, resta um misto de ciúme, raiva e mágoa, com aquela confusão típica de fim de relacionamento.
Desperdiçando o meu mel
Devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, Beija-Flor
Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-Flor
É nesse ponto que se cria um codinome: pode ser uma metáfora ao momento do relacionamento, mas também uma forma de proteger a pessoa amada de uma exposição.
Fica o codinome de um pássaro lindo, mas que também não “pára quieto” em somente uma flor: é um dos animais conhecidos por serem poligâmicos e não-domesticáveis.
Não responda nunca, meu amor, nunca
Pra qualquer um na rua, Beija-Flor
Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador
Aqui, o ciúme fica claro. Como desapegar de um amor e deixar que outras pessoas possam tê-lo, compartilhar segredos e vulnerabilidades?
É com esse dilema que Cazuza se depara, tentando lidar com o luto do relacionamento. A gente sempre acaba sendo um pouco narcisista e possessivo nessas horas, né? 😢
Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Aqui podemos ver que o ressentimento também existia durante o relacionamento. Muita coisa não era dita, as dores não eram manifestadas e a pessoa amada prendia o choro.
Com essas palavras, a gente imagina como a relação era sofrida, mas que ainda existia um forte amor entre os dois.
Nascido em 4 de abril de 1958, Agenor de Miranda Araújo Neto (ou Cazuza) teve uma carreira curta, mas um sucesso imenso no Brasil.
Desde seu período como vocalista do Barão Vermelho, o Cazuza ficou conhecido por ser rebelde e fazer tudo da sua maneira. Ele vivia no estilo sexo, drogas e rock’n’roll, mas, segundo seus amigos, ele também era uma pessoa doce e carinhosa com quem ele considerava família.
Por seus versos incomparáveis, o compositor ganhou o apelido de Poeta do Rock. E não era poesia somente nas músicas: não faltavam críticas ao momento político, à burguesia e a quem quer que tentasse censurar ou regular a arte de qualquer forma.
Para Frejat, seu ex colega do Barão, ele promoveu uma revolução na música brasileira. E, de fato, o artista era admirado por muitos na música brasileira, como Caetano Veloso e Elis Regina e ganhou homenagens de músicos como Renato Russo, Ney Matogrosso e Cássia Eller.
Aos 32 anos, Cazuza faleceu vítima de um choque séptico causado pela AIDS. Apesar de ter partido bem jovem, ele marcou muito a história da música brasileira (e os nossos corações também). É um legado eterno ❤️
Fosse no palco ou fora dele, o Cazuza soltava versos e frases dignas de artista, né? Codinome Beija-Flor é só um dos exemplos; cada música e acontecimento na vida do cantor era cheio de frases célebres.
Por isso, se você curtiu saber da letra, aproveita pra outras frases incríveis do Cazuza!
Curta as suas músicas sem interrupções
Pague uma vez e use por um ano inteiro
R$ /ano
R$ /ano
Já é assinante? Faça login.