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Tudo sobre o funk paulista: a ascensão do funk ostentação

História da música · Por Ana Paula Marques

28 de Julho de 2022, às 12:00

Navegando entre temas como ostentação e zoeira, o funk paulista ultrapassou os limites da periferia para ganhar reconhecimento nacional, em um processo de ascensão que não tem hora para acabar.

Vários artistas admirados em todo o país começaram a carreira nos bailes funk de São Paulo, como Kevinho, MC Guimê e o saudoso MC Daleste, e hoje ajudam a ditar os rumos da música brasileira.

MC Daleste
MC Daleste / Créditos: Divulgação

Mais que um ritmo musical, o funk paulista se tornou sinônimo de um estilo de vida, trocando o apelo altamente sexual do funk carioca por pancadões, carros, motos, dinheiro e mulheres, temáticas comuns nas músicas mais famosas. 

Vem conhecer um pouco mais sobre o funk de São Paulo e aproveite para aprender as melhores frases de funk com músicas novas e antigas!

Como surgiu o funk paulista?

A história do funk ostentação começou na região metropolitana de São Paulo e na Baixada Santista em meados dos anos 2000, como uma alternativa aos temas de sexo e criminalidade que tinham destaque no funk carioca.

A proposta era simples: falar sobre assuntos mais leves, de que todo mundo gosta, como festas, bebidas, bens materiais e muito luxo.

O começo foi tímido. Em 2008, os MCs Backdi e Bio G3 lançaram Bonde da Juju, cuja letra faz clara menção à ostentação e cita marcas famosas, como Oakley, Nike, Red Bull e Ecko.

Não demorou muito até começarem a pipocar bailes, pancadões e os chamados “fluxos de rua” nas regiões periféricas de São Paulo, muitas vezes atraindo milhares de pessoas às quadras das maiores comunidades da capital paulista.

Foi só em 2011, entretanto, que ocorreu uma mudança que transformaria o cenário do funk no Brasil: o cinegrafista Kondzilla começou a produzir vídeos elaborados para divulgar as faixas do gênero.

Nos anos seguintes, as músicas do funk de São Paulo chegaram de vez às paradas nacionais, levando os videoclipes de MC Guimê, MC Kevinho e outros artistas às listas dos mais vistos do Brasil.

A consolidação do movimento do funk ostentação, porém, só se firmou após uma tragédia: o assassinato de um dos maiores representantes do gênero, em 2013, durante uma apresentação em Campinas.

Após a morte de MC Daleste, os funkeiros paulistas passaram a dar entrevistas repercutindo a tragédia e apresentando de vez o funk de São Paulo ao resto do Brasil.

Qual a diferença entre o funk carioca e paulista?

Para o ouvido desatento, pode parecer exagerado dividir o ritmo em funk carioca e paulista, mas não caia nessa pegadinha, pois os dois estilos são fundamentalmente distintos.

As diferenças começam na origem de cada movimento. O funk do Rio de Janeiro surgiu com letras sobre a realidade da periferia e questões sociais, enquanto o estilo paulista se enveredou pela ostentação e valorização de bens materiais.

O som também tem várias distinções. Em São Paulo, dominam o passinho e o beat do romano, com letras “chiclete” e pegada mais pop, mas no Rio as principais influências são o tamborzão e, mais recentemente, a batida 150 bpm.

10 cantores de funk paulista que você precisa conferir

Pouco a pouco, os MCs de São Paulo foram se firmando no mercado nacional e despontaram como artistas admirados em todos os cantos do Brasil. 

Conheça os melhores cantores de funk paulista!

MC Daleste

Considerado um dos precursores do funk de São Paulo, MC Daleste estourou após começar a fazer shows em bailes da Zona Leste da capital paulista, misturando influências do funk carioca com o tema ostentação.

O cantor de Mina de Vermelho e outros hits acabou brutalmente alvejado durante um show em julho de 2013 e morreu precocemente, aos 20 anos.

MC Kevinho

Natural de Campinas, MC Kevinho começou a carreira cedo, aos 14 anos, publicando suas composições na internet. Não demorou muito até chamar a atenção de Kondzilla, principal produtor de funk do Brasil.

De lá para cá, Kevinho nunca mais deixou as paradas de sucesso, com grandes hits no repertório, incluindo O Bebê, O Grave Bater e Olha a Explosão.

MC Guime

As letras sobre fortuna, carros, jóias e motos fizeram com que MC Guimê, de Osasco, se tornasse um dos maiores nomes do funk paulista. 

O cantor, compositor e produtor é marido da cantora Lexa e assina uma das músicas-tema da Copa do Mundo de 2014, País do Futebol, parceria com Emicida que tem o craque Neymar como estrela do clipe.

MC Livinho

O paulistano MC Livinho grava vídeos com suas músicas para a internet desde 2008, mas foi só em 2012 que se tornou conhecido como um dos expoentes do funk ousadia, com letras cheias de frases de duplo sentido e conotações sexuais.

O dono do hit Fazer Falta, que tem quase 300 milhões de visualizações no YouTube, não trabalha mais exclusivamente com funk: o cantor também é atacante do Audax, que joga a série A2 do Campeonato Paulista.

MC Tati Zaqui

A MC Tati Zaqui estourou em meados de 2015 com os hits Parará Tibum e Água na Boca, misturando letras de ostentação e influências de artistas do pop internacional, como Miley Cyrus, Dulce María e Selena Gomez.

Considerada sex symbol, a funkeira já esteve no Top 10 do iTunes Brasil, faz parte do catálogo de Kondzilla e tem um canal na plataforma de conteúdo adulto Privacy.

MC Don Juan

Apesar de ter apenas 21 anos, MC Don Juan já é considerado um veterano do funk de São Paulo. O cantor estreou aos 11 anos e antes dos 15 já estava nas paradas de sucesso com os hits Me Amarro na Noite e Oh Novinha.

Em 2022, o cantor voltou ao Top 100 do YouTube brasileiro com Eu Vou Com Carinho, Ela Quer Com Força, parceria com MC G15 e MC Davi.

MC WM

Depois de tentar a sorte como funcionário de fábrica de margarina e cabeleireiro, William de Almeida Araújo, o MC WM finalmente encontrou a consagração na música e se firmou como um dos maiores nomes do funk paulista

Dono de uma voz que classifica como “Bob Esponja rouco”, o funkeiro é o dono do sucesso Raspadinha tem parcerias com MC Lan, Pocah, Jerry Smith e outros artistas brasileiros.

MC Pedrinho

Foi uma parceria com MC Livinho, Dom Dom Dom, que revelou MC Pedrinho para o Brasil, em 2012. Na época com 12 anos, o funkeiro recebeu milhões de visualizações e explodiu como representante do funk ousadia.

Com letras românticas e muito suingue, como o sucesso Nosso Amor, o cantor nunca mais deixou as paradas e já firmou parcerias com Pedro Sampaio, MC Hariel, MC Kevinho e outros funkeiros famosos.

MC Hariel

O primeiro contato de MC Hariel com a música foi ainda na infância. Desde os 11 anos, o artista já gravava seus singles nos intervalos dos estudos e do trabalho como entregador de pizza.

Hoje, o cantor se orgulha do repertório repleto de sucessos, como Tem Café e o hit O Fim é Triste, que tem produção do DJ Boy. 

MC Fioti

As redes sociais foram o combustível que MC Fioti, natural de Itapecerica da Serra, precisava para se tornar conhecido no Brasil inteiro.

Seu maior sucesso, Bum Bum Tam Tam, ganhou um remix com Future, J Balvin, Stefflon Don e Juan Magán, além de ter virado tema da campanha de vacinação contra a Covid-19.

As melhores do funk paulista e carioca

Que tal cair no batidão do funk paulista e carioca? Montamos uma seleção com as melhores playlists de funk pra ninguém ficar parado!

Solta o play e vem conferir sucessos do brega funk, 150 bpm, do funk feminino e hits das antigas!

Playlists de funk