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Conheça a história do rádio, como e quando ele surgiu

História da música · Por Camila Fernandes

21 de Novembro de 2020, às 19:00

Muita gente pensou que ele iria desaparecer com o surgimento da TV. Depois, com a chegada da internet, os rumores sobre um possível fim do rádio voltaram a ganhar força. Mas a verdade é que, anos depois, ele continua aí. 

Por décadas ele foi o meio de comunicação mais importante do mundo. Virou ferramenta de informação, entretenimento, e abriu portas para a popularização da música.

É claro que em mais de 100 anos de história o rádio já passou por diversas transformações, mas não se pode negar o tamanho da importância que ele teve e ainda tem.

É por isso, senhoras e senhores, que hoje vos será apresentada a história do rádio. Acompanhe nossa programação para mais detalhes 🧐 

Desvendando a história do rádio: os primeiros passos

Essa história começa muito antes do que você imagina. Antes que a invenção do aparelho fosse possível, uma série de descobertas foram necessárias.

Vamos começar lá em 1888, quando o alemão Heinrich Hertz provou a existência das ondas eletromagnéticas

Algum tempo depois, Thomas Edison usou o eletromagnetismo para criar o Grasshopper Telegraph, um equipamento que funcionava como um telégrafo sem fio.

Já em 1893, o cientista Nikola Tesla fez a primeira demonstração pública de uma transmissão sem fios.

Nikola Tesla
Nikola Tesla / Créditos: Divulgação

A tecnologia de Tesla foi retomada anos depois, pelo italiano Guglielmo Marconi, que patenteou a transmissão-recepção eletrônica em 1896.

Há indícios, entretanto, de que o padre gaúcho Roberto Landell de Moura já havia feito uma transmissão aqui no Brasil três anos antes. 

O fato é que, com essa invenção e com a possibilidade de sintonizar um circuito elétrico em determinada frequência, descoberta em 1897 por Oliver Lodge, tornou-se possível usar o rádio como ferramenta de comunicação entre dois pontos distantes

O rádio como ferramenta de guerra

Até agora, tudo o que falamos aqui ainda não envolve a transmissão de voz. No começo, o rádio enviava e recebia mensagens em Código Morse.

Foi só em 1906 que Lee de Forest criou a válvula de três elementos e permitiu a amplificação das ondas eletromagnéticas, produzindo som em volume suficiente para ser transmitido e recebido. 

Com isso, o rádio se tornou uma ferramenta extremamente útil no contexto militar. Ele serviu como meio de comunicação entre os fronts de batalha na Primeira Guerra Mundial, foi usado para transmitir avisos às cidades que estavam próximas aos locais de guerra e, mais adiante, virou forma de comunicação entre os aviões que sobrevoavam campos inimigos e as bases militares.

Radio sendo usado na guerra
Radio sendo usado na guerra / Créditos: Divulgação

Com o uso na guerra, a tecnologia radiofônica despertou interesses e conseguiu evoluir de forma mais rápida. Felizmente, pouco tempo depois o rádio foi se tornando cada vez mais uma ferramenta de informação e entretenimento.

A história do rádio no Brasil

O rádio chegou oficialmente em terras brasileiras no dia 7 de setembro de 1922, durante um evento internacional em comemoração ao centenário da independência. 

Naquele dia, foram instaladas estações de transmissão em pontos estratégicos do Rio de Janeiro, Petrópolis, Niterói e São Paulo, e o discurso do presidente Epitácio Pessoa foi transmitido ao vivo. Em seguida, foi tocada a ópera O Guarani.

Apesar da empolgação inicial, o governo brasileiro não demonstrou interesse em investir no rádio. Por isso, no ano seguinte, as empresas americanas que haviam trazido os equipamentos para o Brasil se preparavam para ir embora. 

Foi aí que o médico e cientista Edgard Roquette-Pinto resolveu intervir e o rádio ficou no Brasil com os esforços de um grupo de intelectuais que viam o rádio como uma possibilidade de alcançar os 65% da população que ainda eram analfabetos.

De ferramenta educativa a meio de entretenimento

No dia 20 de abril de 1923 foi fundada a primeira emissora de rádio oficial do Brasil, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que em 1936 se tornou a Rádio MEC.

A concessão foi dada pelo governo com a condição de que ela fosse essencialmente educativa, e assim foi. 

Rádio Sociedade
Rádio Sociedade do Rio de Janeiro / Créditos: Divulgação

Entretanto, não demorou muito para que esse cenário mudasse. Ainda no começo dos anos 30 o governo autorizou a transmissão de publicidade, o que fez com que o surgimento de novas emissoras disparasse, afinal, agora elas tinham uma forma de se sustentar financeiramente. 

A era do entretenimento

Agora que a rádio já podia ser comercial, a ideia de expandir a programação para algo além do educativo foi tomando forma.

Ainda na década de 30, o radialista Ademar Casé criou o primeiro programa fixo de entretenimento em uma emissora. O sucesso do programa foi tão grande que ele chegou a ter 12 horas de duração.

Ademar Casé
Ademar Casé / Créditos: Divulgação

Casé foi o primeiro da história a pagar cachê para cantores, e também a fazer contratos de exclusividade. Foi no programa dele que nasceu o primeiro jingle, a clássica propaganda do Pão Bragança, que foi um marco nas histórias do rádio e da publicidade. 

A Rádio Nacional 

Se Ademar Casé revolucionou o rádio brasileiro, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro nasceu para fortalecer e engrandecer esse sucesso.

Fundada no dia 12 de setembro de 1936 e estatizada pelo governo Vargas em 1940, ela rapidamente se tornou a emissora mais ouvida do Brasil. 

Rádio Nacional
Créditos: Divulgação

O interesse de Getúlio Vargas na emissora era usar o rádio como ferramenta de propaganda governamental, portanto, não havia a preocupação de que ela desse lucro.

Com isso, todo o dinheiro ganho com publicidade podia ser investido de volta na melhoria da estrutura. 

Como podia pagar bem, a Rádio Nacional também tinha os melhores profissionais do mercado. Sempre investindo em novidades, foi nela que nasceram os programas de auditório e as aclamadas radionovelas que paravam o Brasil.

Os cantores e atores do rádio

Desde os anos 30, com o programa Casé, começaram a surgir cantores e cantoras no rádio. Depois, com o radioteatro e a radionovela, também surgiram os primeiros atores do rádio, muitos dos quais nós chegamos a ver depois na tela da TV.

Um desses casos é a atriz Fernanda Montenegro, que começou no rádio aos 15 anos de idade.

Fernanda Montenegro
Fernanda Montenegro / Créditos: Divulgação

Na música, nomes como Noel Rosa, Ângela Maria, Orlando Silva, Dalva de Oliveira, Dolores Duran, Cauby Peixoto, Marlene e Emilinha Borba nasceram e cresceram no rádio, conquistando pra sempre o coração dos brasileiros.

Isso sem nem mencionar as irmãs mais famosas do rádio: Aurora e Carmen Miranda. 

Como anda o rádio hoje

Como você pode perceber, a história do rádio foi construída a muitas mãos. Talvez por isso, ele nunca perdeu seu espaço e foi se reinventando com o passar do tempo.

É claro que hoje as emissoras dividem audiência com a televisão, a internet e as plataformas de streaming, mas convive com elas sem perder seu espaço. 

A música, o jornalismo e a publicidade compõem hoje a maior parte da programação radiofônica, seguindo uma nova forma de “fazer o rádio” que nasceu depois do crescimento da televisão.

Além disso, com a entrada das emissoras no mundo digital, hoje podemos ouvir pela internet rádios de qualquer lugar do mundo.

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