Campinas devastadas, árvores mortas!
Luto e desolação, ruge o canhão!
Caminhos povoados de esfarrapados
Mães, como loucas, abrem
Suas bocas, pedindo pão!
Ruge o canhão!

A tragédia voltou com
Os horrores da guerra!
A espalhar desventuras
Pela face da terra!
Quantos lares fechados!
Quantos sonhos quebrados!
Ruínas, prantos, guerras, prantos

Pobre da humanidade que
Se deixa tragar!
Na voragem das lutas
Cheias de crueldade!
Ambição, desatinos
Entravando os destinos!
Ruínas, guerra, prantos, guerra

Mas, por Graça Divina, ainda
Existe um país neste mundo infeliz!
Onde o Sol doira as loiras espigas
E a Lua inspira suaves cantigas!

Terra que é verde nos mares!
Que é verde nos campos!
Que é verde nas matas!
Terra bonita, enfeitada com
O véu das cascatas, onde o
Céu é do mais puro anil!

Meu Brasil! Terra boa e faceira
Da rede maneira que vai e que vem
Onde as praias de brancas areias!
Tem as curvas das lindas sereias!
Meu Brasil! Terra que nasceu
Para o porvir
Pra crescer, criar, subir!

Composição: Ary Barroso