Lirio Azul

Si yo advirtiera en mi triste vida
Un leve asomo de tu pasión
El pecho todo me partiría
Para ofrecerte mi corazón

Ante tu imagen mi luz declina
Oigo a lo lejos tu dulce voz
Con tu mirada todo se anima
Todo entristece con mi dolor

Cuando te miro; cuando te nombro
Cuando recuerdo tu ingratitud
Pienso que es cierto que fui a tu lado
Más desdichado que el lirio azul

Si tú me quieres ¿por qué suspiras?
¿Por qué te turbas si cerca estoy?
Cínica burla de mi alegría; perfume ingrato de mi dolor
Es el follaje de mi quimera; cual tus encajes de verde tul
Donde agonizan por vez postrera las ilusiones del lirio azul

Si con el tiempo reflexionaras
Y te apiadaras de mi aflicción
Recuerda ingrata que en mi delirio
Tengo un martirio en el corazón

Lírio Azul

Se eu percebesse em minha triste vida
Um leve vislumbre da tua paixão
Meu peito se partiria
Para te oferecer meu coração

Diante da tua imagem minha luz declina
Ouço ao longe a tua doce voz
Com o teu olhar tudo se anima
Tudo entristece com a minha dor

Quando te vejo; quando te menciono
Quando lembro da tua ingratidão
Penso que é verdade que estive ao teu lado
Mais infeliz do que o lírio azul

Se tu me amas, por que suspiras?
Por que te perturbas se estou perto?
Cínica zombaria da minha alegria; perfume ingrato da minha dor
É o folhagem do meu devaneio; como as tuas rendas de tule verde
Onde agonizam pela última vez as ilusões do lírio azul

Se com o tempo refletires
E te compadeceres da minha aflição
Lembra-te ingrata que na minha loucura
Tenho um martírio no coração

Composição: Ricardo Arancibia Rodríguez